A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) lançou, na última semana, um estudo que mostra que o crescimento das apostas online, conhecidas como bets, pode resultar em um prejuízo de R$ 39,2 bilhões a R$ 364 bilhões na economia do Brasil, e de R$ 520,26 milhões a R$ 4,4 bilhões na de Mato Grosso do Sul.
Segundo a CNC, essa variação entre possíveis valores de prejuízos pode "depender do cenário de apostas das famílias brasileiras", além de ressaltar que, para o estudo, foi considerado o efeito multiplicador intersetorial de produção, valor adicionado e impostos líquidos de subsídios, partindo do princípio de que o valor apostado poderia ser usado no consumo de outros bens e produtos.
Regiane Dedé de Oliveira, economista do Instituto de Pesquisa da Fecomércio MS, alertou para esse alto valor movimentado pelas bets. "É uma parcela muito grande de recursos do orçamento familiar desviados para as apostas em um cenário de recuperação para o comércio, que se dá de forma lenta", explicou.
O estudo mostrou que o setor de comércio de bens, serviços e turismo enfrentou a perda de R$ 103 bilhões do faturamento anual potencial devido às apostas, além de apontar que 1,8 milhão de brasileiros entraram em situação de inadimplência por comprometerem a renda com as bets.
Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, destacou que os impactos das bets vai muito além do aspecto financeiro e reforçou a importância da regulamentação. “Os dados deixam claro que o impacto das apostas vai além do aspecto financeiro, interferindo diretamente na capacidade do comércio varejista e de outros setores importantes para o desenvolvimento do País. A regulamentação, além de promover arrecadação formal, pode mitigar esses desvios prejudiciais”, comentou.
O estudo apontou para a importância da regulamentação e propôs medidas, como a imposição de limites para os jogos on-line, campanhas de conscientização e programas de apoio a viciados, além a regulamentação anterior de cassinos físicos, que, segundo o Projeto de Lei nº 2.234/22, pressupõe a criação de uma Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) específica para o setor de apostas, que tem potencial de arrecadação de até R$ 22 bilhões anuais em tributos, valores que poderiam ser redirecionados para áreas como saúde e educação e programas sociais.
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