Projetos culturais dos mais variados segmentos estão ganhando as ruas de Campo Grande e impactando todas as regiões da capital, promovendo bem estar, diversão, estimulando a economia e contribuindo para o aumento do turismo local. É assim que a secretária municipal de Cultura e Turismo (Sectur), Melissa Tamaciro, avalia o cenário do setor na capital. Para ela, o projeto mais importante da pasta, atualmente, é a reconceituação da visibilidade da cultura, agora apontada como protagonista do turismo local.
“Estamos bem felizes com as ações que estão ganhando as ruas. Em linhas gerais, se a gente olhar a cidade de cima, imaginando o mapa dela, a prefeitura municipal, por meio da Sectur, está conseguindo impactar todas as sete regiões de Campo Grande, incluindo ainda os nossos distritos do entorno. Tem muito projeto rodando no momento. Tem projeto com execução exclusiva nossa, como a Festa do Queijo, que ‘bombou’ lá em Rochedinho. Tem o Arraial de Santo Antônio, que deu conta de trazer turistas de Dourados, Maracaju e até da Argentina”, comenta Melissa.
O artesanato local também é foco de atenção especial por meio do evento Mãos que Criam, que acontece mensalmente na Cidade do Natal e tem estimulado a economia criativa em Campo Grande. “Temos esse olhar contemporâneo, acolhendo os projetos da economia criativa através dos nossos editais de fomento, a exemplo da Comitiva dos Chefs, que aconteceu na Esplanada Ferroviária, que é onde nós estamos propondo uma grande ocupação cultural para deixarmos de apenas contemplar a nossa parte histórica e passar a dar usabilidade para as coisas que são tão importantes para a gente”.
Entre todos os projetos, o mais importante é a reconceituação da visibilidade da cultura, “agora apontada como protagonista do nosso turismo - trabalhando em conjunto com os nossos atrativos naturais para transformar Campo Grande em um lugar repleto de atividades para quem mora e para quem vem visitar, acabando com essa história que Campo Grande não tem nada para fazer”, pondera a secretária de Cultura e Turismo.
Segundo ela, são muitos desafios, “mas, sobretudo, existe um prazer gigantesco em saber que, com as manifestações culturais, estamos alavancando o turismo, agregando no bem estar das pessoas, desenvolvendo a massa intelectual coletiva e, por fim, incentivando a união da sociedade”.
Cultura se expande no ritmo do crescimento da cidade
“A cultura é o produto da interação entre as pessoas, onde quer que elas se juntem, conversem convivam e compartilhem livremente a sua expressão. Essas interações formam vias de ligação, que se expandem no mesmo ritmo do crescimento da cidade de Campo Grande, assumindo assim uma topologia de rede distribuída. É como se fosse um espelho da infraestrutura física, das ruas, dos lugares de convívio, dos meios de acesso e transporte”, explica a superintendente de Cultura da Sectur, Renata Leoni.
Tal como no caso da infraestrutura física, o desafio para o governo municipal, segundo ela, é “prospectar, conhecer, acompanhar e apoiar o crescimento da cidade também na dimensão de suas vias culturais, apoiando e ampliando caminhos que as pessoas já consagraram, mas também propondo manifestações inovadoras, em diálogo permanente com os criadores e seus públicos”.
Renata afirma que o desafio foi plenamente assumido pela Sectur, sob a liderança do governo municipal, com a inversão do sentido de suas políticas de fomento. “Ao invés de esperar as demandas dirigidas especialmente para os espaços tradicionais do centro da cidade, estamos seguindo as trilhas abertas em todos os espaços da cidade, pela atividade cultural e artística espontânea de cada uma das nossas comunidades”, diz a superintendente de Cultura.
“Um exemplo disso é o constante diálogo que temos com a sociedade por meio do nosso conselho municipal de políticas culturais, das escutas que nós fizemos com segmentos artísticos e manifestações culturais em 2017 e 2018. E agora, em 2019, nós temos o Laboratório Sectur, que disponibiliza aos agentes da cultura, produtores, artistas e comunidade em geral, o acesso as nossas instalações físicas e a expertise do nosso corpo técnico para desenvolverem seus projetos”, frisa.
Entre os projetos em andamento, ela cita o Arte no Meu Bairro, que deverá percorrer, até março de 2020, seis regiões da cidade, além dos distritos de Anhanduí, Rochedinho e Indubrasil, promovendo shows musicais de artistas locais. “Temos também a feira permanente Mãos que Criam, realizada todo mês e que leva à população o melhor do artesanato produzido na cidade, entre outras ações sistemáticas que temos em nossas unidades, como as realizadas na biblioteca municipal, no Horto Florestal, no museu José Antônio Pereira, no Arquivo Histórico (ARCA) e na Plataforma Cultural”, acrescenta Renata.
“Na verdade, o que nós queremos é que a política pública municipal de cultura seja tão grande quanto é a cultura de Campo Grande”, conclui.