A dois dias da inauguração da rua 14 de Julho, tanto consumidores, quanto comerciantes estão empolgados com as mudanças ocorridas. Muitos classificam como "shopping a céu aberto" e, de fato, a impressão que se dá, é de estar em outra cidade, ao percorrer a 14 de Julho. Quem vai até o local, antes da inauguração, pode ver a presença de inúmeros oficiais da Guarda Municipal de fiscais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenovolvimento Urbano.
A enfermeira Michelle Careno, de 35 anos, disse que a decoração e a mudança ficaram lindas. "Ficou tudo muito bonito, a 14 virou um espaço para lazer, um lugar para trazer as crianças, tomar um tereré aqui nos banquinhos e apreciar a nossa cidade. Com certeza vou trazer meu filho aqui, não só na inauguração, mas em outras oportunidades também", disse.
A frentista Patrícia de Souza, de 31 anos, estava com a Michelle e as duas estavam passeando pela rua e tirando fotos. Patrícia relembrou sua infância, "fora as mudanças e modernidades, é perigoso quem passar por aqui daqui uns anos e achar que nada nunca mudou, pois antigamente era assim. As pessoas vinham para passear. Vai ter trenzinho? Eu lembro que quando era criança, minha avó sempre me trazia aqui para andar no trenzinho no final do ano. Eu achei que ficou ótima, a rua reformada. Cada vez melhor".
"A rua está muito bonita e útil aos pedestres. Virou um espaço de socialização. Está muito atrativo e essa questão dos bancos inclusive melhorou e muito até para quem trabalha aqui. É um espaço de descanso que temos", conforme Yanka da Silva Fernandes, 23, que é vendedora e trabalha na 14, mas estava descansando nos bancos no momento da entrevista.
Para os comerciantes, as expectativas são as melhores possíveis. O gerente geral da Montreal Magazine, Bruno Henrique Martins Pereira, disse que as reformas foram sofridas e novembro foi, no período de um ano, o primeiro mês em que a loja bateu a meta de vendas. "A reforma atrapalhou muito mas a expectativa é muito boa, o centro ficou atrativo e esperamos que as vendas se mantenham como foi em novembro e que melhorem mais. A obra faz com que as pessoas saiam mais de casa e venham apreciar a rua, que é como se fosse um shopping a céu aberto. Hoje, o campo-grandense tem orgulho em andar e ver que o centro está estruturado, que tem um calçadão na cidade. Campo Grande já é uma cidade grande mas as obras deram um ar da cidade ser maior ainda. Enriqueceu a nossa capital", declarou. A empresa já abriu seis vagas temporárias com chances dos trabalhadores serem efetivados, com a melhora nas vendas.
Letícia Coelho, que é líder de loja da Boticário alegou já ter sido possível visualizar altas nas vendas, "assim que as obras terminaram, melhorou muito o movimento da loja. Temos certeza que a porcentagem de crescimento será melhor do que no ano anterior, as expectativas são boas já que a rua está muito linda e virou também um lugar para passear. O centro não é mais aquele lugar onde as pessoas compram o que precisam e vão embora", de acordo com Coelho. Ela afirmou que a previsão de abertura de vagas temporárias é apenas para 2020.
Mais vagas de trabalho
Segundo Adelaido Vila, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campo Grande, todos estão animados com a reforma da 14 de Julho. Ele acrescentou ainda que no dia da black friday, que também é o dia da inauguração, sexta-feira (29), há conversas para que o comércio permaneça aberto até as 21h, inicialmente.
Adelaido explicou que a projeção para o natal de 2019 seja cerca de 5% melhor do que o natal de 2018. No ano passado, o natal fechou com índices positivos, após em 2016 e 2017 a data fechar com índices negativos.
A expectativa é de que sejam abertas 1.500 vagas temporárias só na área central e que não deve passar desse número. Vila ressaltou ainda que a maioria dessas vagas já foram preenchidas pois o comerciante precisa que o trabalhador entenda da loja antes do período de compras.
Com relação ao fluxo de pessoas, a projeção antes do início das obras era de 300 a 400 mil pessoas no centro por dia. A expectativa é que esse número retorne pois o fluxo de pessoas no período das obras foi para aproximadamente 150 pessoas por dia. "Mas esse retorno do consumidor é algo que ocorre paulatinamente. Os atrativos são grandes para que o consumidor retorne agora. E eu gostaria de ressaltar a capacidade de superação dos empresários que resistiram à obra. Eles são guerreiros. São pessoas que ficaram doentes, depressivas, desesperadas e sofreram com tudo que ocorreu. Muita gente colocou a família quase toda para trabalhar para não ter gasto com mão de obra, isso deve ser visto e valorizado", acrescentou.