Impasse entre funcionários e dirigentes da Empresa Brasileira de Correios de Telégrafos pode provocar greve no estado. Conforme a presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios, Telégrafos e Similares de Mato Grosso do Sul (Sintect-MS), Elaine Regina Oliveira, a categoria pede reajuste salarial de acordo com a inflação do período, caso não acha decisão favorável, que será discutido na noite desta quarta-feira (31), pelo menos 1.400 trabalhadores poderão cruzar os braços no primeiro dia de agosto.
A decisão dos funcionários do estado segue a orientação do Comando Nacional de Negociações. “O comando de negociação está em reunião neste momento [nesta tarde] no Tribunal Superior do Trabalho e estamos aguardando o resultado desse encontro”, afirmou Elaine.
“A única proposta reafirmada pela empresa até agora é o reajuste de 0,8%, ou seja, menos de um 1%. Levando em consideração que a inflação foi perto de 3,5%, esse aumento está bem abaixo, sem condições”, protestou.
Ainda de acordo com a presidente do Sintect, além do reajuste abaixo de 1%, está também a proposta de cortar os direitos conquistados pela categoria ao longo de acordos coletivos. “Então na nossa concepção, o que a empresa oferece é totalmente inviável de ser aceita, caso não haja avanços nós vamos paralisar”, afirmou.
A vigência do acordo coletivo entre os Correios e funcionários termina nesta quarta-feira, isto significa que, segundo Elaine Regina, no dia primeiro de agosto os colaboradores podem ficar sem seus benefícios como o vale alimentação, pago todo o dia 14 de cada mês. Os empregados também temem, caso não haja um novo acordo, ficar sem o banco de horas.
Em contato com a assessoria de comunicação da Empresa em Mato Grosso do Sul, foi comunicado que um “pronunciamento será feito caso a greve realmente se confirme, pois até o momento tudo segue normalmente”.
Nacional
Conforme Fischer Moreira, secretário geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), em todo o país, a categoria luta por melhores salários e contra a retirada de direitos.
Uma das alterações que é proposta pelos Correios é a retirada de pais como dependentes no plano de saúde dos funcionários e aumento na coparticipação do plano, que está em torno de 30%.
A paralisação nacional foi comunicada ao presidente dos Correios, Floriano Peixoto, na segunda-feira (29). Mesmo com o indicativo de greve, os funcionários não descartam a possibilidade de novas reuniões.
Privatização
Outro ponto discutido entre a categoria é a discordância de privatização dos Correios. O presidente da República, Jair Bolsonaro, defende a desestatização da empresa, porém o governo está empenhado na reforma da Previdência, vender os Correios seria algo em segundo plano.