A festança de carnaval passou, mas, o assunto na cidade é o mesmo: carnaval de rua da Esplanada Ferroviária. Praticamente 40 mil pessoas passaram pela festa organizada pelos blocos carnavalescos de Campo Grande. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do Ministério Público foi emitido, e os foliões tinham até às 22h para se divertir.
Os comentários são os mesmos, depredação de locais, xixi na rua e lixo ao amanhecer. Ainda assim, a maioria dos foliões que frequentaram os quatro dias de festa concluíram que a organização foi boa e que poderia ter sido melhor se tivesse mais banheiros químicos por exemplo.
Ao término da festa a prefeitura constatou que algumas grades da praça do monumento Maria Fumaça, estavam quebradas, além de refletores. Na manhã desta quinta-feira (7), equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), recolheram os objetos para encaminhar a manutenção. O chefe de manutenção Nei Pretinho (55), disse que a equipe trabalha no levantamento de depredação e reparos no local.
Gislene Leite, 37 anos, dona de uma loja de eletrônicos, da rua Calógeras em frente ao monumento Maria Fumaça, disse ao JD1 Notícias, que não houve vandalismo por ali. “Bom na minha opinião, não houve vandalismo, as pessoas não forçaram as grades, não chutaram, nem nada; só permaneceram escorados e como as grades são fracas, elas amoleceram. Pelo menos nos horários que eu puxei pelas câmeras daqui, olhei e não vi nada errado”.
A comerciante não reclamou da festa e disse que esse ano, a limpeza das ruas foi realizada bem cedo e que o problema de xixi na calçada é “normal”. “Olha eu moro aqui há mais de 20 anos, esse ano foi bem melhor que o passado, não teve aquela bagunça horrorosa, e por aqui, não soube de nenhuma loja vandalizada”.
Já o proprietário de uma ótica que preferiu não ser identificado, é totalmente contra a festa e afirmou que falta fiscalização e Conselho Tutelar nos dias de folia. Ele diz que bebidas alcoólicas foram vendidas a menores. “Não concordo de jeito nenhum, isso é ruim para os moradores e comerciantes da região. Eles chegam de outros pontos da cidade, e como não moram por aqui, acham que podem fazer o que bem entendem. É uma falta de educação, as pessoas são completamente foram da casinha, uma festa ao deus dará”, exclamou.
Em conversa com um comerciante da rua General de Melo (entre a 14 de julho e Calógeras), próximo a Esplanada, foi dito que as vendas foram ruins em relação ao ano passado, porém, a organização foi melhor. “As pessoas trouxeram de casa as bebidas, não foi muito bom não. Mas, foi mais estruturado”.
Joaquim Nazaré do Carmo (72), morador da Esplanada e ferroviário aposentado, afirmou a reportagem que o amigo permaneceu na casa dele, e também reclamou das vendas. “Eu viajei e deixei a casa aos cuidados de um amigo. Ele vendeu espetinho e cerveja, mas foi fraco viu”.
Existe aqueles que odeiam o carnaval e aqueles que adoram e fazem o possível para amenizar os problemas, como é o caso da organizadora Silvana Valu, que disse na semana passada que solicitou cerca de 200 banheiros químicos para a festa, porém foram liberados apenas 85. A organização disse que não houve registros de brigas ou ocorrências entre foliões que participavam da comemoração na Esplanada.
A prefeitura auxiliou com grades, intensificação de equipes da guarda municipal e equipes da Secretaria de Saúde distribuindo camisinhas. Segundo a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), houve o apoiou do evento com recursos financeiros para a Associação dos Blocos, Bandas, Cordões e Corsos Carnavalescos e Cultural de Campo Grande (Ablanc) e apoio estrutural, com um palanque, 40 metros de arquibancada, 30 banheiros químicos e 40 grades de contenção.
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