De janeiro até o dia 19 de novembro de 2024, Mato Grosso do Sul registrou 31 feminicídios e 78 tentativas contra mulheres. Em Campo Grande, foram contabilizadas 15 tentativas de feminicídio e 9 casos consumados, segundo aponta o Boletim do Observatório da Mulher de Campo Grande, divulgado pela SEJUSP-MS nesta semana.
O caso mais recente ocorreu na quarta-feira (27). A indígena Vanderli Gonçalves dos Santos, de 48 anos, foi morta com tiros na cabeça, na Aldeia Jaguapiru, na Reserva Indígena Federal de Dourados. O marido, de 47 anos, foi preso no dia seguinte como principal suspeito pelo crime.
Além dos feminicídios e tentativas, outros tipos de violência foram registrados no Estado. Em 2023, MS registrou 1.223 casos de perseguição (stalking) e 602 ocorrências de violência psicológica contra mulheres. Também houve 2.471 casos de estupro de mulheres, sendo 688 na Capital.
Os números podem indicar também um aumento na procura por ajuda em razão da conscientização. Em 2023, Mato Grosso do Sul teve o maior número de denúncias de violência doméstica dos últimos dez anos, com 22.696 ocorrências. Deste total, 20.788 envolviam vítimas do sexo feminino, enquanto 1.749 eram de vítimas masculinas. No mesmo ano, Campo Grande registrou 7.410 denúncias, sendo 6.778 de mulheres e 609 de homens.
Este ano, até o dia 19 de novembro, o Estado já havia contabilizado 19.274 denúncias, com 6.232 ocorrências somente na Capital.
De acordo ainda com o Boletim, os números apresentados demonstram que a violência contra as mulheres permanece enraizada nas estruturas sociais da região. A comparação entre os dados de 2023 e 2024 sugere que o número de ocorrências de violência doméstica neste ano pode superar o registrado no ano passado.
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