O presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira (20), que as únicas coisas que o aborreceram no período em que esteve à frente da Presidência da República foram “os ataques de natureza moral”. Em uma pequena cerimônia de confraternização com os servidores do Palácio do Planalto, Temer reafirmou que sempre levou uma vida “muito correta”.
“Não foi fácil [as reformas que fizemos]. Primeiro, por uma oposição legítima, política e feroz, pesada. Mas isso não me assustou, porque aprendemos a viver na democracia. Mas, de outro lado, eu levo como uma mágoa os ataques de natureza moral. Eu tive uma vida na universidade, na profissão, uma vida pública muito exata, muito correta”, disse o presidente. “Eu tive uma vida muito enaltecida e, apesar de tudo, muito discreta. Portanto, quando vêm os ataques de natureza moral, isso me chateia. É a única coisa que me aborrece”, completou.
Ao longo de 2017, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Temer por duas vezes: envolvimento nos desvios de recursos da Petrobras e obstrução de Justiça. A Câmara dos Deputados não autorizou a investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A terceira denúncia foi apresentada na quarta-feira (19), a menos de 15 dias do fim de seu mandato presidencial.
Temer foi denunciado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pelos crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro com base no inquérito que investiga o suposto favorecimento à empresa Rodrimar S/A na edição do chamado Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017), assinado em maio do ano passado. Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que o presidente "irá provar nos autos sua inocência."