O governo de Varsóvia denunciou nesta quinta-feira (14) "indícios" de que as manobras conjuntas iniciadas pelos exércitos de Rússia e Bielorrússia perto da fronteira com a Polônia e com os países bálticos têm "caráter ofensivo", ao contrário do declarado por Moscou. A informação é da EFE.
O vice-ministro de Defesa da Polônia, Michal Dworczyk, expressou em uma declaração no Parlamento sua "preocupação" perante estes exercícios militares denominados "Zapad 2017", que tanto a Polônia como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) "acompanham de perto".
"Tratam-se algumas manobras que não são transparentes, tanto pela falta de informação sobre o número de soldados envolvidos quanto pelas incertezas em torno do cenário escolhido", acrescentou o titular da Defesa, referindo-se às dúvidas expressadas pela Otan quanto à veracidade dos dados apresentados por Moscou.
A Rússia afirma que estas manobras mobilizaram cerca de 12.700 soldados (de modo que deveria apenas informar à Otan e convidar observadores), quando a aliança estima que o número de militares envolvidos é de aproximadamente 100 mil.
As "Zapad", manobras militares que a Rússia e a Bielorrússia realizam a cada quatro anos para melhorar sua coordenação, acontecem perto das fronteiras da Polônia, Estônia, Letônia e Lituânia. O alerta perante estes exercícios também afetou os países bálticos, que criticaram a falta de transparência da Rússia e se consideraram preparados para se defender.
A presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, afirmou em uma entrevista à rádio LRT que seu país “está melhor preparado" agora do que em ocasiões anteriores, em parte pela ajuda dos "amigos da Otan". Ela também denunciou que, apesar da fase "ativa" das manobras ter começado hoje, os "movimentos de tropas e os preparativos" estão acontecendo "há cerca de um mês".
Por sua vez, o ministro de Relações Exteriores da Letônia, Edgars Rinkevics, afirmou à televisão pública que seu país "não considera os exercícios como uma ameaça militar direta", mas reconheceu que o governo está em "estado de alerta".
"Não podemos descartar as tentativas de testar as defesas da Otan ou de nos testar de uma forma não militar, como em ciberdefesa", acrescentou.