Menu
Menu
Busca segunda, 25 de novembro de 2024
Brasil

Para novo presidente do BNDES, banco deve permanecer com absoluta transparência

30 maio 2017 - 07h09Agência Brasil

O economista Paulo Rabello de Castro, indicado pelo presidente Michel Temer para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), disse hoje (29), durante coletiva de imprensa, que o banco terá que permanecer com absoluta transparência e prestação de contas contínua de todas as suas atividades.

Castro vai substituir a também economista Maria Sílvia Bastos Marques, que pediu demissão na sexta-feira (26). Ele disse que precisa se inteirar mais sobre a atuação da instituição, mas que a maior garantia da sua futura administração é a própria Maria Sílvia. “Sucedo a Maria Sílvia e isso me dá a garantia suficiente que de certamente encontro uma casa que enfrenta desafios, mas casa arrumada”, disse.

Para ocupar o cargo, Castro deixa o comando do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o qual assumiu há quase 11 meses. O economista disse que, a exemplo da sua chegada no IBGE, não pretende fazer alterações na diretoria do BNDES. “A minha política será chegar sem bagagem e sem pedidos de indicação de qualquer espécie, porque não funcionamos aqui no IBGE assim e não funcionaremos assim no BNDES. Aliás, um recado vocês podem dar [se referindo aos jornalistas], por favor não telefonem ao Paulo Rabello, porque será inútil”, disse.

A coletiva de imprensa ocorreu após a solenidade de comemoração dos 81 anos do IBGE, com a presença do ex-presidente, de funcionários e de aposentados da instituição.

Críticas

Em resposta a possíveis críticas que Maria Sílvia teria recebido de empresários que estariam insatisfeitos com a demora na liberação de financiamentos do BNDES e com a substituição da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) pela Taxa de Longo Prazo (TLP), que para alguns setores vai aumentar o nível de juros nos empréstimos, o futuro presidente usou uma metáfora e disse que o BNDES tem que ser como um pai que ajuda a caminhar e também sabe soltar a bicicleta para que o filho toque a sua vida para frente. “Empresário brasileiro não precisa de subsídio, precisa de normalidade, o que requer o abandono da ideia de que tem que ter segmentos subsidiados”.

Castro disse que talvez possa ser analisado o processo de avaliação de projetos para tentar reduzir o prazo para a liberação dos financiamentos. No entanto, ponderou, é preciso começar a fazer o exercício do desapego ao subsídio, que quer dizer, de acordo com ele, levar o Brasil a convergir para a normalidade.

“O principal apoio que o BNDES pode dar ao mercado é a disponibilidade do recurso. Não é o coeficiente do subsídio, que decorre do grau de distorção que, historicamente, o Brasil opera com taxas mais elevadas do mundo”, disse. “BNDES é banco de fomento, banco de desenvolvimento, banco de criatividade, de sustentabilidade”.

Coleção de problemas

Para o presidente, o banco tem uma coleção de problemas instalados no passado, que se transformou em um passivo de dívidas em todos os sentidos e precisa ser estruturado. Ele também destacou a baixa demanda por financiamentos.

“A procura também andou rareando nos últimos 12 ou 24 meses. Os PIBs [Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país] trimestrais que estamos publicando mostram que os investimentos, que é a área da chamada formação bruta de capital fixo, tem tido variações negativas, ou seja, quedas atrás de quedas durante meses seguidos. A tradução disso é que a demanda pelo produto do BNDES anda também bastante fraca”.

De acordo com Castro, em qualquer fase recessiva de um ciclo, toda instituição financeira, mesmo a de fomento, tem uma atitude conservadora na oferta de crédito. Ele explica que mesmo sendo uma instituição de fomento, nem por isso o BNDES deve deixar de ter o fiel cumprimento de todas as suas balizas prudenciais. “Quando se junta uma demanda rala com uma espécie de reforço nas regras prudenciais, o resultado final é menos crédito concedido”.

A data da posse de Castro ainda depende de confirmação por causa das agendas dos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, mas em princípio será na quinta-feira (1º) à tarde, no auditório do BNDES, no centro do Rio.

IBGE

Castro disse que teve um encontro, hoje, em Brasília, com o ministro Dyogo Oliveira, e sugeriu que fosse escolhido alguém do quadro interno do IBGE para ocupar a presidência do órgão, embora a entrada de uma pessoa de fora possa trazer um olhar externo interessante para a administração.

“Continuidade se faz muitas vezes com o pessoal da casa e, portanto, sou muito favorável para que, eventualmente, seja alçado a presidir a casa alguém da casa”, disse, apontando, que o IBGE precisa completar a sua reformulação estatutária, instalar as comissões de geografia, estatística e ambiente em 5.570 municípios para que todo o Brasil, dentro de mais alguns meses, esteja conectado de forma virtual com o instituto.

Entre os pontos positivos alcançados na sua gestão está conclusão do plano decenal definido para o período 2017/ 2027, com prioridades do IBGE em cinco áreas que começam com a letra S: Segurança Pública, Seguridade Social, Saneamento, Saúde e Sustentabilidade.

Castro disse que no dia 29 de junho começará a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), importante para sinalizar o funcionamento dos mercados e ponderações dos índices de inflação. No dia 1º de outubro será a vez do Censo Agro. Além disso, há as medições da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que, segundo ele, não pode falhar um dia sequer.

O economista disse que, apesar da restrição orçamentária que enfrenta ao longo dos anos, o serviço da instituição é realizado e festejou a troca de equipamentos do serviço de informática do IBGE, que vai permitir uma melhoria no acesso e depósito de dados.

Ainda em Brasília, Paulo Rabello teve também uma audiência rápida com o presidente Michel Temer para saber as diretrizes na presidência do BNDES. Ele disse que o presidente pediu apenas que o banco continuasse dando atenção aos micro, pequenos e médios empresários.

Reportar Erro

Deixe seu Comentário

Leia Também

Influenciadora morre arrastada por enxurrada em Minas Gerais
Brasil
Influenciadora morre arrastada por enxurrada em Minas Gerais
TSE
Brasil
Cebraspe divulga horários das provas do concurso unificado para o TSE
O piloto morreu ainda no local
Brasil
Piloto morre após avião bater em fios de alta tensão, cair e pegar fogo
Rodovia
Justiça
Justiça decide que concessionária deve indenizar vítima de acidente com animal em rodovia
Detalhamento dos maiores valores por benefício fiscal -
Economia
A lista da renúncia fiscal
Líderes do G20 no Rio de Janeiro
Brasil
Declaração final do G20 reconhece necessidade de reforma da governança global
Autoridade Nacional de Proteção de Dados terá processo seletivo para 213 vagas
Brasil
Autoridade Nacional de Proteção de Dados terá processo seletivo para 213 vagas
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi
Brasil
Lula e presidente do Egito discutem cooperação e assinam termo de parceria estratégica
Forças de segurança reforçam policiamento no Rio
Brasil
Cúpula de Líderes do G20 começa hoje com o lançamento da Aliança Global contra a Fome
Joca e João
Brasil
Cão Joca: defesa de tutor quer reabrir inquérito sobre morte em voo

Mais Lidas

Motociclista questiona multa em semáforo "invisível" na Padre João Crippa; vídeo
Cidade
Motociclista questiona multa em semáforo "invisível" na Padre João Crippa; vídeo
Foto: Diário do Estado
Polícia
Assaltantes saqueiam carreta usando uma Hilux para fechar e tombar o veículo
Morre adolescente que pilotava moto e colidiu em traseira de carreta no Jardim Noroeste
Polícia
Morre adolescente que pilotava moto e colidiu em traseira de carreta no Jardim Noroeste
Meninos de 5 e 6 anos vieram da Venezuela há dois meses para morar com a mãe
Polícia
JD1TV: Mãe vai trabalhar e meninos de 5 e 6 anos desaparecem de casa no Jardim Leblon