O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, alertou os secretários de saúde para aumentar a cobertura vacinal do sarampo. O pedido do ministro acontece devido a volta da circulação da doença em todo o país, a proposta foi feita nesta quinta-feira (14) em reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
Atualmente, três estados (Amazonas, Roraima e Pará) estão com transmissão ativa do vírus por registrarem casos confirmados recentes. Dados preliminares de 2018 apontam que, dos 5.570 municípios do país, 2.751 (49%) não atingiram a meta de cobertura vacinal de sarampo, que é igual ou menor de 95%. Os dados são ainda mais preocupantes nos estados com surto: no Pará 83,3% dos municípios não atingiram a meta; Roraima foram 73,3% e Amazonas, a metade 50%.
“Nós vamos ter que refazer o pacto sobre vacina nesse país. O índice de vacinação está perigosamente baixo. Alguns estados dizem que está muito bom, mas enquanto todos os estados não estiverem com níveis elevados de vacinação os caminhos estarão abertos para a disseminação do vírus”, alertou Mandetta.
A vacinação é a forma mais eficaz e segura para prevenção de doenças como o sarampo. Em 2018, o Brasil enfrentou um grande surto de sarampo, envolvendo 11 estados, com 10.302 casos confirmados, sendo 90% dos casos concentrado no estado do Amazonas. A concentração dos casos ocorreu entre junho, julho e agosto. A partir de setembro do ano passado já foi possível perceber queda de casos, observada também em outubro.
Em 2019, no entanto, ainda há registro da circulação do vírus do sarampo no país. Até o momento, três casos foram confirmados laboratorialmente no município de Prainha, no Pará. Atento ao cenário, desde o dia 4 de fevereiro, uma equipe do EpiSUS do Ministério da Saúde, especializada em investigação de surto, está no Pará auxiliando o estado e municípios na apuração dos casos de sarampo.
O trabalho consiste em investigar em detalhes o surto e identificar a cadeia de transmissão dos casos, verificando os deslocamentos e contatos com pessoas de outras regiões. Além disso, os técnicos auxiliam nas estratégias de intensificação vacinal local, apontando os bolsões de pessoas suscetíveis e áreas de não vacinados para uma adequada vacinação de bloqueio.
Importante imunizar
“O Ministério da Saúde tem agido incansavelmente para interromper o surto de sarampo no país. Em muitos casos, por não terem mais notícia da circulação de algumas doenças no país, a exemplo da poliomielite também, pais e responsáveis não as vêm mais como um risco, como é o exemplo do sarampo. Por isso, é necessário ressaltar a importância da imunização e desmistificar a ideia de que a vacinação traz malefícios”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.