A China manifestou nesta segunda-feira (7) seu total apoio às novas sanções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas contra a Coreia do Norte por seus recentes testes com mísseis balísticos, embora tenha ressaltado que a medida não pode afetar em excesso a economia norte-coreana. A informação é da EFE.
A Resolução 2371 aprovada no último sábado pelo Conselho de Segurança da ONU, do qual a China faz parte, "serve o propósito de salvaguardar a paz e a estabilidade e de avançar na desnuclearização" da península coreana, destacou em um comunicado o porta-voz de Relações Exteriores da China, Geng Shuang.
A resolução "reflete a unânime posição dos membros do Conselho de Segurança", acrescentou Shuang, que especificou que as sanções "devem evitar efeitos negativos contra atividades econômicas e cooperações que não sejam proibidas", como a ajuda humanitária e a troca de alimentos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou várias vezes suas dúvidas sobre a relação entre a China e a Coreia do Norte, por sua afinidade ideológica e o fato de Pequim ser o principal parceiro comercial e fonte de ajuda econômica do isolado regime norte-coreano.
O chefe do Comando do Pacífico dos EUA, o almirante Harry Harris, se mostrou cético quanto ao apoio da China às novas sanções contra Pyongyang. "Nos mantemos cautelosos sobre a sinceridade (de Pequim)", indicou ele, durante um fórum em Jacarta que reuniu empresários e políticos.
Harris, que visita a Indonésia, assegurou que a China "demonstrou sua capacidade para ajudar Pyongyang" no passado e afirmou que o gigante asiático é "fundamental na hora de alcançar um desenlace pacífico na península da Coreia, mas não é fundamental para todas as resoluções de problemas".
Segundo o chefe militar, a China é o "único aliado"e maior parceiro comercial da Coreia do Norte. O comércio entre os dois países cresceu no ano passado mais de 6%, acima dos US$ 6 bilhões. Ele
advogou por uma solução diplomática, após as sanções às exportações norte-coreanas de carvão, ferro, chumbo e mariscos, entre outras medidas aprovadas no sábado pelo Conselho de Segurança para reduzir em US$ 1 bilhão os investimentos do regime comunista.
“Complexa e sensível”
Frente a essas dúvidas, o porta-voz de Exteriores chinês advertiu que "a situação na península da Coreia segue sendo complexa e sensível", e por isso pediu aos países envolvidos que se contenham e "façam esforços para aliviar as tensões".
Geng Shuang reiterou a proposta chinesa de "dupla suspensão", lançada há alguns meses pelo ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, e na qual Pequim sugere oferecer à Coreia do Norte o fim das manobras americanas e sul-coreanas e em troca de Pyongyang encerraria seus testes atômicos e de mísseis.
O conflito atual se complica devido à oposição da China à instalação em território sul-coreano do escudo antimísseis americano THAAD, em teoria desenvolvido como uma defesa para armamentos da Coreia do Norte, mas que segundo Pequim também ameaça sua segurança, já que seu raio de alcance passa por território chinês.
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