Terminou há pouco a reunião da cúpula do PSDB na residência do senador Aécio Neves (MG), em Brasília. Ao deixar o encontro, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, negou que Aécio tenha sido destituído da presidência do partido e que o PSDB esteja, neste momento, "desembarcando" do governo.
Aécio foi citado pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, na delação premiada homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. Segundo o jornal O Globo, que afirma ter tido acesso ao depoimento de Joesley, o delator contou aos procuradores que Aécio lhe pediu R$ 2 milhões para pagar despesas com sua defesa na Operação Lava Jato. Nesta quinta-feira, Fachin negou o pedido de prisão preventivas do senador, mas determinou o afastamento dele do mandato.
Segundo Nunes, a saída de Aécio da presidência do PSDB se quer foi discutida na reunião e que caberá ao senador a decisão de licenciar-se ou não. "Esta é uma prerrogativa do senador Aécio Neves, é uma prerrogativa inclusive regimental dele de, no caso de licenciar-se, indicar seu substituto", disse. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que participou do encontro na casa de Aécio, foi sugerido pela bancada do partido na Câmara para assumir a presidência do PSDB caso o senador deixe o posto.
Aloysio Nunes negou também que o partido vá deixar a base do governo e entregar seus cargos. Ele afirmou que continua ministro. "Nós esperamos um esclarecimento desta situação. Por enquanto, nós não temos se quer o conhecimento dos áudios e dos vídeos. É preciso que isso venha a público. Por enquanto, o que nós temos são fragmentos, transcrições e eu penso que essa questão não pode continuar assim. É preciso que o STF libere, o quanto antes, para que nós possamos ter a inteireza de todas as informações", disse.
Solidariedade
Além de Nunes e Sampaio, participaram do encontro na casa de Aécio os senadores tucanos Cássio Cunha Lima (PB), Antonio Anastasia (MG), José Serra (SP) e Paulo Bauer (SC). Eles disseram que foram prestar solidariedade ao senador. "Viemos prestar nossa solidariedade e confiança nele, com a certeza de que ele vai demonstrar fatalmente a lisura de suas ações. Estamos chocados com a violência de algumas medidas que foram tomadas, como por exemplo a prisão de sua irmã [Andrea Neves] e o senador vai recorrer de todas as medidas que foram tomadas contra ele", disse Nunes.
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